quarta-feira, 22 de abril de 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO GOVERNO LULA

Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945 em Pernambuco, ele veio de uma família muito pobre, e foi apenas alfabetizado pois teve que começar a trabalhar aos 14 anos[1]. Participou de vários movimentos sindicais e, em 10 de fevereiro de 1980, Lula juntamente com outros sindicalistas fundou o Partido do Trabalhador –PT-. Nesse mesmo ano, Lula chegou a ser preso por ter provocado a primeira greve dos metalúrgicos.

Em 27 de outubro de 2002, após três tentativas, Lula é eleito Presidente do Brasil e, em 29 de outubro de 2006, ele se reelege. O seu governo é repleto de políticas públicas, algumas são as mesmas do governo anterior, sobre as quais ele realizou modificações. Além dos programas de Transferência de Renda, de Assistência Social, de Segurança Alimentar e Nutricional, e de Desenvolvimento Social, que são de competência do Ministério de Desenvolvimento Social -MDS, o Governo Federal, por meio de 17 ministérios e 4 secretarias especiais da Presidência, executa quase duas centenas de ações de Transferência de Renda, de Geração de Oportunidades de Trabalho e Renda e de Desenvolvimento Local, aplicando somente em 2008 cerca de R$98 bilhões e beneficiando 25% da população brasileira[2]. Com isso os indicadores de pobreza caíram 8% em 2004[3], e a desigualdade de renda que em 2002 era 0,573, diminuiu para 0,559 em 2005 .

O programa Fome Zero é o principal programa do governo Lula e se tornou uma estratégia para assegurar o direito humano à alimentação adequada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. Devido ao alto índice de pobreza e desnutrição no Brasil, Lula, em 2003, anunciou que o combate à fome seria prioridade no seu governo, disse ainda que a missão de sua vida estaria cumprida se ao final de seu mandato, cada brasileiro tivesse acesso a três refeições diárias. O programa atua a partir de quatro eixos: Acesso aos alimentos, Geração de Renda, Fortalecimento da Agricultura Familiar, e Articulação, Mobilização e Controle Social[4]. E dentro desses eixos há vários programas, dos quais muitos merecem destaque.

Dentro do eixo Acesso aos alimentos o Bolsa Família é considerado o carro-chefe do Fome Zero, é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Esse programa visa assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome. Mas esse programa[5], ainda precisa de muita fiscalização para garantir a efetividade e a transparência na sua implementação, assegurando que os benefícios efetivamente cheguem às famílias que atendem. Ele atende cerca de 11,1 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros e foi um importante fator que ajudou a reduzir as taxas de desigualdade social e pobreza e a elevar a taxa de crescimento da região mais pobre do nordeste, ultrapassando a média nacional.[6]

Ainda dentro do eixo Acesso aos alimentos outro programa que merece destaque é a Alimentação Escolar – PNAE - que oferece pelo menos uma refeição ao dia para o estudante. Esse programa teve início na década de 40 quando o então Instituto de Nutrição defendia a proposta de o governo federal oferecer alimentação escolar. Desde então várias mudanças foram feitas no programa uma delas foi à descentralização dos recursos para execução do mesmo.Dados mostram que em 2008, o PNAE investiu R$1,49 bilhão para atender 34,6 milhões de alunos do ensino fundamental e da educação infantil. O orçamento do programa para este ano, 2009, é de R$2,02 bilhões, para beneficiar todos os estudantes da educação básica[7]. Esse programa complementa os outros, pois uma criança não é sustentada apenas com uma refeição por dia, mas seria menos uma refeição gasta em casa, além de incentivá-la a continuar estudando.
Dentro desse eixo Acesso aos alimentos ainda poderíamos citar muitos outros programas como Restaurantes populares, Bancos de Alimentos, Alimentação e nutrição de povos indígenas, Alimentação do trabalhador - PAT, dentre outros que tiveram resultados positivos e também contribuíram para o declínio das taxas de pobreza e desnutrição no país.
Já no eixo Geração de Renda merece destaque o Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local - Consad, que é um arranjo territorial institucional formalizado envolvendo um número definido de Municípios que se agrupam para desenvolver ações, diagnósticos e projetos de segurança alimentar e nutricional e desenvolvimento local. O MDS apóia nesse território, projetos de combate à pobreza, gerando trabalho e renda. Ainda dentro do eixo Geração de Renda podemos citar a Qualificação Social e Profissional, Economia Solidária e Inclusão Produtiva, e Desenvolvimento de cooperativas de catadores que são programas de incentivo a economia solidária e que desenvolve ações de qualificação da população de baixa renda no sentido de contribuir para a sua inserção no mercado de trabalho.
No eixo Fortalecimentos da agricultura familiar merecem destaque o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, que é um programa como alguns outros que foram criados no governo FHC, em 1995, e que teve continuidade no governo Lula, que tem o intuito de atender de forma diferenciada os micros e pequenos produtores rurais que desenvolvem suas atividades mediante emprego direto de sua força de trabalho e sua família. Outro programa é o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar - PAA, cujo objetivo é garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar. Garantia de Safra e Seguro da Agricultura Familiar são os outros dois programas que complementam esse eixo e busca o desenvolvimento de ações específicas na agricultura familiar promovendo a geração de renda no campo e o aumento da produção de alimentos para o consumo.

Já no último eixo que é Articulação, mobilização e controle social, o Programa Casa das Famílias – Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, que tem como público uma população em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação ou ausência de renda. Podemos citar ainda dentro desse eixo outros programas como Mutirões e Doações, Controle social – conselhos da área social, Capacitação de agentes públicos e sociais, que juntos tem como finalidade estimular a sociedade a firmar parcerias com o governo federal para a realização de campanhas de combate à fome e de segurança alimentar e nutricional.

Todos os programas citados acima, o governo Lula unificou dentro do Fome Zero, que como já dito é o seu principal programa. Mas há outros como o Pro jovem, por exemplo, que é um Programa Nacional de Inclusão de Jovens e foi criado para enfrentar as altas taxas de abandono escolar e desemprego juvenil registradas no Brasil. Este foi criado em 2005 pelo Governo e compreende quatro modalidades: Pro Jovem Adolescente, Urbano, Campo e Trabalhador. É um programa que além de criar condições para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema educacional, visam também à preparação dos jovens para o mercado de trabalho e ocupações alternativas geradoras de renda. O Pro jovem associa formação básica, qualificação profissional e participação cidadã. Os participantes recebem uma quantia de R$100,00 durante os 18 meses correspondentes à duração do programa. Ele tem como finalidade diminuir os índices de analfabetismo entre os jovens e representa um novo patamar de políticas públicas voltadas para essa classe[8].

Outro programa é o Pro uni, que tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação em instituições privadas de educação superior. Foi criado pelo Governo Federal em 2004 e institucionalizado pela Lei nº. 11.096, em 13 de Janeiro de 2005. Mas não são as instituições que doam as bolsas aos alunos, elas apenas oferecem as bolsas e em contrapartida recebem isenção de alguns tributos. Para concorrer o estudante deve obter a nota mínima de 45 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, ter cursado o ensino médio completo em escola pública e ter uma renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos. O programa já atendeu, desde sua criação até o processo seletivo do segundo semestre de 2008, cerca de 430 mil estudantes, sendo 70% com bolsas integrais. Assim, esse programa somado a outros como a expansão das Universidades Federais ampliam o número de vagas na educação superior[9].

Há também o programa Luz para Todos, que foi criado em 2004 pelo Governo e tem como objetivo oferecer energia elétrica gratuitamente a cerca de 80% de famílias que vivem no meio rural, facilitando assim o acesso à educação, serviços de saúde, abastecimento de água e saneamento. Para o atendimento da meta inicial foram investidos R$12,7 bilhões e como durante a execução do Programa, novas famílias sem energia elétrica em casa foram localizadas, o Luz para Todos foi prorrogado para ser concluído no ano de 2010. Ele tem contribuído com a redução da pobreza e o aumento da renda familiar[10].

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, conhecido como PETI[11], é outro programa que foi criado no governo FHC e teve continuidade no governo Lula, ele tem como finalidade ajudar crianças e adolescentes, com menos de 16 anos de idade, que foram afastadas do estudo por causa do trabalho precoce. Em 2005, o PETI se uniu com o Programa Bolsa Família, com essa integração é possível que essas crianças e adolescentes estudem e através do PETI, tenham acesso a atividades socioeducativas e socioassistenciais. O valor que cada família recebe pode variar de acordo com a renda do grupo familiar. O programa é financiado com recursos do Fundo Nacional de Assistência Social podendo ser co-financiado pelos estados e municípios e contar ainda com a participação financeira da iniciativa privada e de sociedade civil.
Esses são alguns dos programas criados no governo Lula ou criados por governos anteriores, mas que tiveram continuação em seu governo, sendo muitos deles aprimorados e/ou reunidos com outros.

[1] http://www.presidencia.gov.br/presidente/
[2] www.mp.gov.br
[3] http://unesdoc.unesco.org
[4] http://www.fomezero.gov.br
[5] http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/
[6] www.mp.gov.br.
[7] http://www.fnde.gov.br/
[8] http://www.projovem.gov.br
[9] http://portal.mec.gov.br/prouni/
[10] http://luzparatodos.mme.gov.br/luzparatodos/
[11] http://www.mte.gov.br/delegacias/sp/sp_prog_peti.asp

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