quarta-feira, 22 de abril de 2009

Renegociação de financiamento e empréstimos

EM TEMPO COM A ECONOMIA

Coluna de Rogério Jerônimo

Financiamentos e empréstimos antecipam sonhos, mas podem também causar pesadelos. E a melhor forma de evitar refinanciamento de dívidas é fazer um bom planejamento antes de contrai-las. É bom deixar claro que a economia depende do consumo de produtos e serviços financeiros sendo esses legítimos e indispensáveis para o sistema econômico. Mas quando as pessoas deixam de honrar seus compromissos, todos os setores envolvidos são afetados. Em suma, o aumento da inadimplência é um fator negativo para todos, incluindo o sistema bancário.Os economistas afirmam que nenhum consumidor deveria comprometer mais de 30% de sua renda bruta com empréstimos bancários ou financiamentos de bens. Por isso, os bancos fazem uma análise de crédito antes de expandir suas carteiras, verificando a possibilidade individual de cada cliente.Neste cenário, a compra de um carro novo, em sua grande maioria, só se efetiva através de muitas parcelas e prestações convidativas. Entretanto, a maioria dos consumidores não se dá conta dos juros que estão embutidos. Quanto menor a entrada e maior o número de parcelas, maior também será taxa efetiva de juros. Por exemplo, uma dívida de R$ 5 mil no cheque especial a uma taxa de 5% gera juros de R$ 250 por mês.A médio e a longo prazos, devido a vários fatores (falta de planejamento, aumento da taxa de juros e perda de emprego), esse cliente deixa de amortizar os juros, e sua dívida aumenta a cada mês, levando-o a um endividamento sistêmico, quando seus rendimentos (salário, aluguéis e outros ganhos) tornam-se insuficientes para honrar o compromisso. É neste momento que surge a necessidade de refinanciamento. De olho na taxa de retorno (spread), os bancos demonstram todo o interesse de renegociar empréstimos e financiamentos em atraso. Para essas instituições, o que vale é receber as prestações acordadas nas datas previstas. O alento ao consumidor é a tendência de queda nos juros sinalizada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a taxa básica (Selic) foi reduzida em 1,5 ponto percentual, passando a ser de 11,25% ao ano. O repasse dessa queda para os consumidores costuma demorar um pouco, mas, com certeza, irá chegar, realimentando assim o setor de crédito, com o fomento da economia e a minimização dos efeitos da crise econômica mundial, o que todos nós esperamos."Em Betim, a taxa de inadimplência, tanto nos bancos quanto no comércio local, vem aumentando drasticamente, o que preocupa. Do outro lado, as dificuldades de se conceder crédito (bancos) e conseguir crédito (clientes e empresas) caminham no mesmo sentido."

Para entender
Produtos e serviços financeiros: compreendem a administração de cartões de crédito, programas de fidelidade e comercialização de produtos financeiros como Crédito Direto ao Consumidor (CDC), empréstimos consignados, financiamento, antecipação, fiança e produtos financeiros utilizando cartões.
Inadimplência: não-cumprimento de uma obrigação, objeto de cláusula contratual, em determinado prazo. O inadimplente fica sujeito a pagamento de juros, multa contratual e outros encargos.
Carteiras: são uma "lista" referencial com todos os clientes que estão autorizados a negociar com os bancos.
Endividamento sistêmico: é quando as dívidas se transformam em uma "bola de neve", causadas por fatores da economia, como aumento de juros, desemprego e queda nos rendimentos.
Spread:é a vantagem que o banco leva em se conceder algum tipo de serviço financeiro, como empréstimos ou financiamentos.
Taxa Básica Selic: Quer dizer Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Em outras palavras, é a taxa utilizada para operações de curtíssimo prazo entre os bancos. Através dela, esses bancos determinam o percentual de taxa de juros cobrados do consumidor.

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